Palpitação cardíaca, como saber se tenho arritmia?

Palpitação cardíaca, como saber se tenho arritmia?

Entendendo palpitações e arritmias cardíacas: quando procurar ajuda e como se prevenir

Palpitação é a sensação de que seu coração está batendo fora do ritmo normal – rápido demais, pulando uma batida ou até mesmo tremendo. É como se você pudesse sentir o seu próprio coração batendo diretamente no peito ou na garganta, conhecido popularmente como “coração pulando na boca”.

Ocasionalmente, muitas pessoas experimentam palpitações, e na maioria das vezes, felizmente, elas são inofensivas. Contudo, em alguns casos, palpitações podem indicar um problema cardíaco mais sério, como uma arritmia.

Palpitação

Afinal, qual a diferença?

Arritmia cardíaca é uma condição na qual o ritmo do batimento cardíaco se torna irregular. Pense no coração como um relógio que marca o tempo para o resto do corpo. Quando o relógio está funcionando corretamente, ele mantém um ritmo constante e preciso, mesmo quando o coração está acelerado ou batendo mais devagar – No exercício de alta intensidade e no repouso, por exemplo.

Mas, quando algo interfere no mecanismo, o relógio pode começar a marcar o tempo de maneira irregular. É isso que acontece quando você tem uma arritmia cardíaca. Batimentos que eram previstos a cada 0,5 segundos, passam a vir de maneira desordenada – Um a 0,5segundo, outro a 0,2 segundo, outro a 1 segundo, por exemplo.

È importante frisar que existem diferentes tipos de arritmias cardíacas, e nem todas são perigosas. Algumas delas incluem fibrilação atrial, taquicardia ventricular e fibrilação ventricular. Para saber se você tem uma arritmia cardíaca, o primeiro passo é conversar com um médico.

Eles podem realizar exames, como um eletrocardiograma (ECG), que registra a atividade elétrica do coração e pode ajudar a identificar a presença de arritmias.


Se você suspeita que suas palpitações são um sinal de arritmia cardíaca e apresenta algum destes sintomas, você deve consultar um médico o mais rápido possível:

  • Tontura
  • Desmaios
  • Falta de ar
  • Dor no peito
  • Fraqueza
  • Parente ou familiar com histórico de morte súbita, principalmente se jovem (antes dos 55 anos)

O tratamento para palpitações cardíacas varia, dependendo da gravidade e do tipo de arritmia. Muitas vezes, o simples descarte de algo mais grave ou o tratamento de um quadro de ansiedade já é suficiente para resolver o problema.

Já outras arritmias podem ser tratadas com mudanças no estilo de vida, como reduzir o estresse, evitar cafeína e álcool, e praticar exercícios regularmente.

Em outros casos, o médico pode prescrever medicamentos, como betabloqueadores, que ajudam a controlar o ritmo cardíaco.

Em situações mais graves, pode ser necessário realizar um procedimento médico, como a implantação de um marca-passo, que ajuda a regular o batimento cardíaco, ou um tratamento chamado ablação por cateter, que é como criar uma cicatriz proposital diretamente no coração, para que aquela região pare de gerar focos de arritmia e assim normalizar os batimentos.

arritmia

ELETROCARDIOGRAMA MOSTRANDO ARRITMIA (ACIMA) VS RITMO NORMAL (ABAIXO)

Prevenção também é importante no caso de arritmias cardíacas. Além das mudanças no estilo de vida já mencionadas, manter a pressão arterial e os níveis de colesterol sob controle, bem como tratar doenças como diabetes, também pode ajudar a reduzir o risco de desenvolver arritmias.

É importante lembrar que a detecção precoce e o tratamento adequado podem ajudar a prevenir complicações potencialmente graves, como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e até mesmo morte súbita.

Além disso, manter-se informado sobre suas próprias condições médicas e discutir quaisquer preocupações com seu médico também é essencial para garantir que você esteja recebendo o tratamento correto e personalizado para suas necessidades individuais.

Em suma, é fundamental estar atento às sensações que seu corpo apresenta e procurar orientação médica sempre que sentir algo incomum ou preocupante. Palpitações podem ser inofensivas, mas em alguns casos, podem ser um sinal de uma condição subjacente que requer atenção e tratamento.

Duvidas frequentes sobre palpitações e arritmia:

Qual a frequência normal do coração?

Em repouso (quando não se está praticando exercício) ela pode variar entre 50 e 100 batimentos por minuto (bpm).

Já durante o exercício (corrida, musculação, etc) ela pode chegar, dependendo da idade, até a 200 batimentos por minuto, sem que isso traga qualquer prejuízo! Uma fórmula usado pelos médicos para predizer a frequência máxima tolerada pelo seu coração é a formula: (220 – sua idade).

Uma pessoa de 20 anos tem a frequência máxima tolerada em 200bpm. Já uma pessoa de 70 anos, em 150bpm. Lembrando que esse número pode variar dependendo do estado de saúde de cada coração.

Toda palpitação é grave?

Não. A maioria das palpitações não são graves e podem acometer pessoas totalmente saudáveis. Pense no caso de uma pessoa com crise de ansiedade, por exemplo. Um dos sintomas mais comuns apresentados é justamente a sensação do coração muito acelerado – Aqui causado por uma descarga de neurotransmissores liberados pela crise, sem que o coração de fato, apresente alguma alteração (Digamos que o coração apenas “paga o pato”).

Porém, há alguns tipos de palpitações, como explicado anteriormente, que são causadas por arritmia, indicando doença. Nesses casos, podem sim ser graves, incluindo risco de morte súbita.

O que devo fazer quando começar a sentir palpitação?

  • Primeiramente chame alguém para te ajudar ou avise que não se sente bem
  • Mantenha a calma e procure um local tranquilo para ficar –
  • Respire fundo por cerca de 3 minutos utilizando a regra do 4-7-8 (Inspire por 4 segundos, segura a respiração por 7, e expire durante 8 segundos -isso aumenta o nível de gás carbônico no sangue e diminui os batimentos naturalmente, além de ter um efeito calmante)
  • Molhe o rosto com água bem gelada! Bem gelada mesmo! Use gelo se possível! O frio diminui os batimentos por ação reflexa do nervo vago.
  • Tossir com força por 3-5 vezes
  • Procure ficar sentado ou deitado – Caso venha a apresentar desmaio, uma queda de 1,70m é a ultima coisa que você precisa!

E por ultimo, se os sintomas não melhoraram ou ainda estão muito fortes, BUSQUE IMEDIATAMENTE UM PRONTO SOCORRO! Lá será possível realizar um eletrocardiograma (ECG) e identificar qual é a arritmia.

Existe causas de arritmia transitória?

Sim. Consumo de álcool com estimulantes (Drogas ilícitas ou energéticos) podem causar arritmias transitórias. Elas não costumam ser graves, mas sempre devem ser avaliadas por um cardiologista.

Existe alguma doença que não seja do coração, que causa arritmia?

Sim. Um aumento da atividade da tireóide pode causar arritmias e palpitações. Geralmente associado a tremores e sudorese excessiva.

Alguns tumores, como o feocromocitoma, podem causar além de pressão alta, sudorese, uma palpitação bastante importante.

Ao cuidar bem do seu coração e manter um estilo de vida saudável, você pode reduzir o risco de desenvolver arritmias cardíacas e outros problemas cardíacos.

O que é marca-passo e quando precisa colocar um?

arritmia cardiaca - marca passo

O marca-passo é um pequeno dispositivo (Aproximadamente 5 centímetros) colocado no embaixo do musculo do tórax, que monitora o ritmo do seu coração. Ele funciona com uma bateria própria, que dura em média, de 5 a 10 anos, e que pode ser trocada ao final deste período.

Pense no marca-passo como um maestro de uma orquestra, onde a orquestra é o ritmo seu coração. Em uma orquestra bem afinada, o maestro mantém todos os instrumentos tocando em harmonia e no ritmo certo. Se algum dos instrumentos começar a tocar fora do ritmo, o maestro intervém para corrigi-lo. Da mesma maneira,

Se o coração começar a bater muito lento, muito rápido, ou de maneira irregular, o marca-passo sente essas alterações, e envia pequenos impulsos elétricos para corrigir o ritmo e manter a “orquestra” funcionando em harmonia.

A necessidade de colocar um marca-passo geralmente surge quando as vias naturais de condução elétrica do coração estão danificadas ou doentes e não conseguem manter um ritmo adequado, causando sintomas como tontura, falta de ar ou fadiga. Nesses casos, o marca-passo age como o maestro substituto, garantindo que a música continue a tocar no ritmo certo.

João Paulo Souza Brighenti – Doctoralia.com.br

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